# Porque os bueiros explodem no Rio de Janeiro?

No dia 1° de abril (!?) um bueiro explodiu no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio, e deixando várias pessoas feridas. A assessoria de imprensa da Light informou que vai dar toda a assistência aos feridos, além da reparação dos danos materiais.
Com essa explosão são 12 casos semelhantes na capital fluminense, sendo 2 com vítimas, uma em 14 de julho de 2010, onde as vítimas foi um casal de americanos e essa ocorrida no dia da mentira (!?) deste ano.

Mas o que faz um bueiro explodir (pelo menos no Rio de Janeiro)?

1 - Quando a câmara subterrânea que acondiciona equipamentos é "contaminada" por gás ou por combustível automotivo. Uma faísca elétrica poderia causar a combustão do material, que se consumiria rapidamente em efeito explosivo.
Tecla SAP: ocorre pela combinação de vazamento de gás na rede subterrânea (mal projetada e com manutenção negligenciada)

2 - Diante da explosão de um equipamento elétrico que utiliza óleos isolantes (como transformadores) acondicionado na câmara subterrânea. Isto geralmente ocorre quando a carga de energia é muito elevada o que causaria um aumento excessivo da temperatura do óleo isolante. O óleo vaporiza e se expande pela câmara subterrânea em efeito explosivo.
Tecla SAP: curto-circuito na rede elétrica também subterrânea (construída há décadas, sobrecarregada e igualmente sem manutenção adequada)

Resultado do último "bueiro explosivo" em Copacabana

Na opinião do pesquisador da Coordenação dos Cursos de Pós-graduação em Engenharia da UFRJ (Coppe), Moacyr Duarte, são diversas as possibilidades de uma explosão subterrânea ocorrer. Ele explica que as câmaras subterrâneas são utilizadas para acondicionar materiais diversificados, como fiações, transformadores, tubulações de esgoto, gás, ou cabos de fibra ótica. "A questão é saber qual é o material acondicionado dentro dessas câmaras onde ocorreram as explosões. A Light diz que está investigando, mas por que não informa qual o equipamento?", afirma.

Para o pesquisador, o primeiro passo para evitar o risco de explosões é a confecção de um mapeamento do subsolo. “Só ouvi os órgãos competentes falarem em mapeamento após o acidente”. De acordo com Duarte, o procedimento é necessário para que materiais e equipamentos incompatíveis não entrem em contato e provoquem acidentes. "São várias empresas usando as câmaras subterrâneas com diferentes finalidades, esgoto, gás, telefone, energia elétrica. Deveria haver integração entre elas para garantir a segurança", diz.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável por fiscalizar as concessionárias que distribuem energia, multou a Light em R$ 9,5 milhões em fevereiro de 2010, por falhas na manutenção e operação nas redes subterrâneas do Rio, especialmente em Copacabana, Leblon, Ipanema e Centro. A empresa recorreu e aguarda a decisão final. Durante fiscalização em novembro de 2009, o órgão federal afirmou ter encontrado equipamentos em "fim de vida útil" e "deficiências na gestão de cargas", uma das possíveis causas das explosões.

Finalizando...

A Light admitiu que bairros do Centro e da Zonal Sul ainda têm 130 bueiros que correm risco de explodir.

Fonte:
Portal Terra
R7