29 de mar. de 2007

# Ramirez: Profissão Futebol


Uma pesquisa feita pela UFF (Universidade Federal Fluminense), comprovou que a profissão mais concorrida e desejada no Brasil, é ser Jogador de Futebol. O percentual dos meninos de Ensino Fundamental em rede publica, chega á 38%

No Ituano F.C.
Ramirez Santos Aragão, de apenas 18 anos, que já atuou no Inter Clube (Itu) em 2000, Corinthians Alagoano (2004) e Primavera de Indaiatuba (2005), é atacante da base do Ituano há 2 meses. Com força, raça e determinação, quer se destacar nessa profissão tão desejada por qualquer jovem no mundo, mesmo com todas as dificuldades. Nesse bate-papo, ele conta um pouco de como é ser um jogador de futebol nessa idade.

Folha – Como surgiu a vontade de se tornar jogador?
Ramirez: Todo menino no Brasil tem esse sonho, acho que esse desejo é natural em qualquer brasileiro. Foi no primário, os meninos na aula de Educação Física sempre me escolhiam primeiro para compor o time, e então percebi que tinha chances de se seguir essa carreira. Fui alimentando e batalhando por esse sonho, até que as coisas foram acontecendo. Eu nunca desisti do meu sonho, nem por um minuto. Adoro futebol, e isso é minha vida. Não sei o que seria de mim sem uma bola nos pés.

Folha – Como você concilia os estudos com o futebol?
Ramirez: Não é muito difícil conciliar as duas coisas. A maioria dos jogos é de fim de semana. No começo da minha carreira eu atrasei meus estudos por conta do futebol, e agora vejo o quanto perdi. Não aconselho nenhum futuro jogador a seguir esse exemplo. Estou no 1o ano do Ensino Médio.

Folha – Quais foram as dificuldades e privações já enfrentadas, desde que se profissionalizou?
Ramirez: Uma delas a distância. Quando jogava no Corinthians/AL, sentia muitas saudades da minha família e dos meus amigos. Fui criado aqui em Itu, gosto de estar, jogar e morar aqui. Você também tem que abrir mão de muita coisa que você gosta, todo garoto quer sair, curtir festas e nem sempre é possível, nessas horas você tem que se concentrar e pensar em sua carreira.

Folha – Como você foi jogar no Corinthians/AL?
Ramirez: Estava disputando a Copa Itu de 2004 e o presidente do clube me viu jogar, gostou do meu futebol e me levou para jogar no time dele. Disputei o Campeonato Alagoano Sub-17, conseguimos ser campeão aquele ano. Voltei mesmo pela distância, apesar de gostar muito de jogar lá, sentia saudades de Itu

Folha – E como é jogar no Ituano?
Ramirez: Fantástico! O Ituano é um grande time. Lembro que quando houve uma chance de entrar para a equipe, fiquei eufórico quase uma semana. Melhorei muito meu futebol para merecer essa vaga, sem falar das noites que passei sem dormir, por receio de dar alguma coisa errada e não conseguir conquistar esse espaço.

Folha – O futebol de São Paulo é mais difícil que o futebol dos demais estados?
Ramirez: Sim, porque São Paulo é a vitrine do Brasil, todo jogador quer vir jogar aqui. Deixando muito mais concorrido uma vaga em qualquer time. Tem jogador de toda parte do país tentando se firmar no estado.

Folha – O que diferencia seu futebol dos demais jogadores?
Ramirez: Minha personalidade dentro de campo. Sou mais criativo que muito jogador, desde de muito cedo atuo como profissional. Tenho garra, não gosto de perder e se é para jogar, temos que vencer.

Folha – Dentro do futebol, qual seu maior sonho?
Ramirez: Conseguir me destacar dentro do Ituano, conquistando vitórias e colecionando títulos. Também jogar na Seleção Brasileira, e se o destino permitir, na Europa. Na verdade esse é o sonho de qualquer jogador de futebol, até dos argentinos... (rs)

Folha – E para conquistar esse sonho?
Ramirez: Tem que ter vontade de jogar, nem pensar em desistir. Abrir mão de muita coisa. Sobretudo, aproveitar muito bem a oportunidade que tenho em mãos, para não decepcionar.

Folha – Você se inspira em algum jogador?
Ramirez: Apesar de ter muitos jogadores bons no Brasil, eu tento manter meu próprio estilo. Para ser bom você tem que ser único, cópia nunca dá certo!

Folha – Na sua opinião, quem são os melhores jogadores em atividade?
Ramirez: Kaká, do Milan, Ronaldinho Gaúcho e o camaronês Samuel Eto’o, do Barcelona. No Brasil, Ricardo Oliveira do São Paulo, está em uma boa fase.

Folha – E o Dunga foi a melhor escolha para ser técnico da Seleção?
Ramirez: Eu acho que para ser técnico da Seleção, tem que ter experiência, e o Dunga apesar de ter sido um grande jogador, não acredito num desempenho muito positivo.O Felipão é um grande técnico, e seria a melhor escolha.

Folha – Como você avalia o desempenho do Ituano esse ano?
Ramirez: Estou disputando o Paulista Sub-20, e apenas posso falar desse campeonato. Acredito num ótimo desempenho do Ituano, essa nova geração é muito boa, o time está unido e vamos nos reabilitar. Estamos na 4a rodada, e é tempo de buscar. Temos que pensar positivo e acreditar em nossa classificação, e assim dar muito mais alegria para nossos torcedores.



*** Matéria veiculada no Folha da Cidade (Itu) em Agosto de 2006

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