28 de mar. de 2007

# Morar nas Ruas de Salto/SP


Morar nas ruas, sem casa e sem futuro certo, dormindo no relento, passando frio e sem nenhuma segurança, pode parecer algo sem nexo e inaceitável, mas isso pode ser uma escolha pessoal de várias pessoas. Em Salto, moradores de rua, se abrigam na Concha Acústica, ponto turístico da cidade, para dormir e passam o dia no Cemitério Municipal, tem a chance de sair desse estado de mendicância e retomar suas atividades sociais normalmente, é o que proporciona a Secretaria do Bem Estar Social, mas esse beneficio não é aceito, pois preferem continuar a mendigar pelas ruas da cidade.
Existem dois tipos de "mendigos", os moradores de rua e os itinerantes. Os moradores de rua são aqueles com algum laço na cidade, pode ser familiar ou de moradia e decidem levar esse tipo de vida, normalmente com família estruturada e com bons antecedentes de vida. O itinerante é a pessoa que vive passando por diversas cidades pedindo esmolas, sem nenhum tipo de envolvimento com o local. "Eles vão para a rua porque passam por um desentendimento familiar, não aceitando as regras impostas pelo cônjuge ou filhos" explica Jussara Maldanis Vilaça, Secretária do Bem Estar Social.
Na cidade existem apenas cinco moradores de rua, e que dois deles recebem algum tipo de beneficio do Governo, e que todos possuem residência ou familiares na cidade, e levam essa vida por opção própria. "O problema é abordar os itinerantes, pois com alguma freqüência são foragidos da justiça" ressalta Sandra Maestrello, assistente social, que faz um trabalho ativo com os esses moradores.
A Secretaria promove a eles a chance de se recuperarem através da internação em clínicas especificas, como a Toca de Assis, entidade da Igreja Católica ou trabalhando com remuneração e residência, em sítios oferecidos por seus moradores, mas apesar do esforço, eles sempre voltam as ruas “Uma vez me falaram que se soubesse como é bom morar nas ruas, eu também viria” lembra Sandra.
A ausência de albergues na cidade, é uma forma não assistencialista, de resolver o problema, “É cômodo para eles apenas dormir, se alimentar, receber cuidados médicos e de higiene. Isso não resolve o problema, sem um auxilio concreto não vão deixar as ruas e recuperar sua dignidade” salienta a Secretária Jussara Vilaça.
Até o dia 14 de novembro, a Secretaria em parceria com a Juventude Social, pretende iniciar uma campanha através de faixas, panfletos e cartazes, visitando comércios, casas e igrejas, para a não doação de esmolas aos moradores de rua, “Quando fazemos isso, estamos dizendo com nossos atos: -Fiquem nas ruas porque é uma forma de viver! Se eles passam a não receber essa “ajuda”, acabam voltando para a família ou aceitam a internação” finaliza Jussara Vilaça.


(Para Jornal + Expressão - Salto/SP)

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